Eu sei que em algum lugar ele me espera. E eu já antecipo seu rosto, seu semblante de esperança e contentamento sem sequer ter lhe encontrado.
Eu sei que em algum lugar ele gera gentileza, retribui sorrisos, ele cumprimenta e respeita os mais idosos. Mas também se stressa com assoberbos rotineiros, também se irrita com as coisas mais simples - como da mesma forma se encanta por elas.
Eu sei que lá, ele desfruta de pequenos prazeres, de pequenos momentos, de pequenos tragos de vinhos, de pequenas rodas de amigos. E constrói paulatinamente a vida.
Eu o vejo em sua felicidade a conta-gotas, sem esbanjar momentos.
O vejo cotidiano, sereno - de repente de pijamas, numa manhã de um domingo qualquer, ocupando uma das mãos com sua ininterrupta leitura e a outra a fazer cafuné, como quem esquece do tempo, mas agarrando-o com a certeza de que lhe é finito, sem perder nada, na lucidez de suas prioridades.
Eu o vejo família, malas, campo, porta-retratos, mesa cheia, sorrisos. Eu o vejo em telefonemas distantes e próximos para quem lhe é querido.
Em algum lugar ele é romântico e rotineiramente presenteia flores chinfrins, compra guloseimas baratas e escreve bilhetes. Em algum lugar ele não espera, ele tem uma desacelerada pressa em viver, em se fazer presente. Ele surpreende.
Lá ele é bem quisto, tem o apreço de suas mães e das inúmeras avós que conquistou ao longo da vida. Ele recebe elogios, afagos, abraços e beijos no rosto e estas são as demonstrações de afeto que mais o deixam feliz, que lhe fazem sorrir - vitorioso e tímido.
Lá, nesse lugar onde ele mora, ele aprendeu os mais valiosos princípios. Neste lugar que pode ser uma grande cidade, um vilarejo, um templo, uma família, o interior de si, ele aprendeu sobre honestidade, respeito, sinceridade, fidelidade, amor e tantas outras deslisáveis premissas que carrega como verdade absoluta, embora humano, e por vezes também erre.
Ele aprendeu a adorar e cuidar dos animais e sonha em ter filhos - vários - correndo pela casa. Esticando o fio da vida, postulando ensinamentos, educando.
Lá ele aprendeu a ser paciente e construtor. A fundar o alicerce, subir os tijolinhos e caprichar no acabamento. Aprendeu que isto requer esforço e dedicação, como da mesma forma aprendeu sobre persistência.
Neste lugar em que ele me espera, também aprendeu a sonhar. E sonha lindo, visionário, invejavelmente irredutível. Ele sonha na certeza de sonhos possíveis, na certeza de que ainda nos encontraremos.
Recife, 22 de Fevereiro de 2011.
Eu sei que em algum lugar ele gera gentileza, retribui sorrisos, ele cumprimenta e respeita os mais idosos. Mas também se stressa com assoberbos rotineiros, também se irrita com as coisas mais simples - como da mesma forma se encanta por elas.
Eu sei que lá, ele desfruta de pequenos prazeres, de pequenos momentos, de pequenos tragos de vinhos, de pequenas rodas de amigos. E constrói paulatinamente a vida.
Eu o vejo em sua felicidade a conta-gotas, sem esbanjar momentos.
O vejo cotidiano, sereno - de repente de pijamas, numa manhã de um domingo qualquer, ocupando uma das mãos com sua ininterrupta leitura e a outra a fazer cafuné, como quem esquece do tempo, mas agarrando-o com a certeza de que lhe é finito, sem perder nada, na lucidez de suas prioridades.
Eu o vejo família, malas, campo, porta-retratos, mesa cheia, sorrisos. Eu o vejo em telefonemas distantes e próximos para quem lhe é querido.
Em algum lugar ele é romântico e rotineiramente presenteia flores chinfrins, compra guloseimas baratas e escreve bilhetes. Em algum lugar ele não espera, ele tem uma desacelerada pressa em viver, em se fazer presente. Ele surpreende.
Lá ele é bem quisto, tem o apreço de suas mães e das inúmeras avós que conquistou ao longo da vida. Ele recebe elogios, afagos, abraços e beijos no rosto e estas são as demonstrações de afeto que mais o deixam feliz, que lhe fazem sorrir - vitorioso e tímido.
Lá, nesse lugar onde ele mora, ele aprendeu os mais valiosos princípios. Neste lugar que pode ser uma grande cidade, um vilarejo, um templo, uma família, o interior de si, ele aprendeu sobre honestidade, respeito, sinceridade, fidelidade, amor e tantas outras deslisáveis premissas que carrega como verdade absoluta, embora humano, e por vezes também erre.
Ele aprendeu a adorar e cuidar dos animais e sonha em ter filhos - vários - correndo pela casa. Esticando o fio da vida, postulando ensinamentos, educando.
Lá ele aprendeu a ser paciente e construtor. A fundar o alicerce, subir os tijolinhos e caprichar no acabamento. Aprendeu que isto requer esforço e dedicação, como da mesma forma aprendeu sobre persistência.
Neste lugar em que ele me espera, também aprendeu a sonhar. E sonha lindo, visionário, invejavelmente irredutível. Ele sonha na certeza de sonhos possíveis, na certeza de que ainda nos encontraremos.
Recife, 22 de Fevereiro de 2011.
adorei o texto, muito bom! (:
ResponderExcluirMuito bom Iuri, adorei ler, cada um. Parabens pelas sabias palavras.
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