Eu não acredito neste negócio de sempre seguir em frente. É muito objetivismo para uma vida que é tão subjetiva; Tão cheia de possibilidades. Eu acredito nas pausas, nos retornos, na marcha à ré. Na contramão, inclusive, se necessário. Às vezes é preciso voltar, mesmo que seja para ver que nada mudou e que seguir em frente é o melhor caminho. É que acreditar que o fim é necessariamente o fim, é como perder o desapego pelo começo. É como se não valesse a pena nem começar. Por que tudo termina - É fator irrevogável da vida. Mas em cada pequeno instante em que tudo começa e termina, Também nos é dada a mágica possibilidade de fazer diferente. De voltar atrás; De consertar; De reescrever; De reviver. Quem diz que sempre segue em frente, não tem esperança na vida. Não sabe ser. Recife, 26 de Abril de 2012.
Eu sempre acreditei no amor-pra-vida-toda No felizes para sempre Naquele amor-de-cadeira-de-balanço Amor-de-chá-da-tarde Doce de jaca Naquele amor-compota Eu sempre acreditei naquele amor-chochilo-após-o-almoço De novela das 06 De chinelo de pano Naquele amor-dentadura Amor-de-casa-cheia-de-netos-no-domingo Amor-farto-e-gordo Naquele amor-artrose Naquele amor-diabetes Naquele amor-catarata Eu sempre acreditei naquele amor-que-todo-mundo-sonha Naquele amor-que-todo-mundo-morre E mata Eu sempre acreditei naquele amor-de-invejar Naquele amor-gagá
É tarde da madrugada Meu peito urra Pede arrego O silêncio bagunça minha casa Desordenado Ensurdecendo Não sei como O que antes era harmonia - Me levanto para tomar um café Um café com pão de ontem Como o nosso amor Coado Requentado pelas circunstâncias da vida Mas que ainda aquece Ainda serve de fonte para alimentar meus sonhos - Ouço um mensageiro dos ventos Em alguma varanda Que me insiste em ninar Tão só e tão triste Cantando para ninguém - Mas a fumaça do cigarro me traz lembranças tuas E isso me inquieta Lembro da gangorra da minha infância Das fogueiras de São João Dos traques-de-massa Do tempo em que meu peito era café-com-leite Sem rechaça Sem preocupação
Eu não distingo cores, adoro o arco-íris.
Não sei o que é homem nem mulher, nem qual o sexo fraco.
Só conheço o ser humano.
Nunca vi brancos nem pretos, amarelos ou vermelhos.
Vejo outras culturas e outros povos.
Não acredito em heterossexualidade, bissexualidade e homossexualidade.
Acredito apenas na sexualidade.
Não sou budista nem cristão, nem tenho alá no coração.
Mas tenho fé.
[Autor desconhecido]