21 de março de 2012

Sei lá

Sei lá...
É difícil falar sem caretice,
Explicar esse sentimento sem qualquer meninice,
Sem qualquer inocência de verdade.
Sem um tom desamparado,
Sem sentir feito adolescente o peito pulsar de ansiedade.

Sei lá,
É estranho sentir sem poder tocar.
É estranho só de imaginar.
Tua boca na minha,
Tua pele na minha,
Nossos corpos se comendo nesse sentimento singular -
Nosso roçar.
É estranho só de pensar, sei lá.

Mas aconteceu,
E não era de se esperar.
Bela surpresa, presente, apogeu:
Nossos olhos se cruzaram,
Nossos caminhos se entrelaçaram,
Eu de você - você de eu.

Seu inesperado bom dia,
Nossa conversa que ia, fluia.
A boca que sorria,
O olho que irradia,
Algo que, sei lá, lá dentro mexia.

E agora, de nós o que seria?
Sei lá.
Só sei que alguma coisa acontece,
Um turu-turu que enobrece,
Que aquece.
Que me faz querer mais - pedir bis -
Ser tiete.

Num instante em que nada existia,
E aqui dentro se fazia calmaria,
Algo chegou para inquietar - me fez gozar.
Me perguntei o que seria,
Me questionei se deveria,
Mas era muito simples para tanto questionar,
Para tanto penar.

Você apareceu
E eu não tive escolha,
Sei lá...

Recife, 22 de Março de 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário