27 de maio de 2010

Uma chance ao amor

Quando jovens achamos que podemos desperdiçar a chance do amor à deriva. Costumeiramente desistimos diante das chulas dificuldades que nos são impostas. Achamos que porque aquela pessoa não tem o mesmo gosto musical que o nosso ou é baladeira demais, tímida demais, estudiosa de menos, podemos simplesmente deixa-la ir. Inocentemente acreditamos que a vida nos dará intermináveis chances ao amor. Acreditamos no poder da juventude, da beleza, da conquista, da eternidade, achando erroneamente que estas fulgazes qualidades nos permitirá a possibilidade de escolhas, de amar muitas e diferentes vezes. Com o tempo - apressado tempo - percebemos nosso irremediável equívoco. Percebemos que serão poucas as pessoas que nos oferecerão a sorte de amar. Percebemos, quando já nos faltar a juventude, a beleza e a astúcia, o quão importante foram aqueles fragmentos de amor que deixamos passar por nossa ansiosa vida. Com o tempo sentiremos falta daquelas sensações - privilégio de quem ama - e das mínimas coisas que se maximizam diante dos defeitos antes insuportáveis. Então, carregamos pela eternidade o arrependimento da pouca tolerância, do descaso, da cruel ingenuidade, do não ter tentado - nem que fosse pela última vez.

Recife, 26 de Maio de 2010.

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